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6.07.2015

#Resenha: "O Lado Bom da Vida" de Matthew Quick


“(...) a vida não é um filme de censura livre para fazer com que a pessoa se sinta bem. Muitas vezes a vida real acaba mal, como aconteceu com nosso casamento Pat. E a literatura tenta documentar essa realidade, mostrando-nos que ainda é possível suportá-la com nobreza.”

Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele 'lugar ruim', Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um 'tempo separados'. Tentando recompor o quebra-cabeça de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com o pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida.

Eu achei que este livro seria um daqueles livros que parece que o personagem principal está chapado o tempo todo, e eu estava certa. Mas este “estar chapado” neste livro, não foi um ponto negativo.
O modo como Pat vê o mundo me encanta, a sua tentativa a todo custo de ser uma pessoa melhor me encanta, e isso fez com que eu me apaixonasse por ele. Tudo no livro gira em torno dessa luta de Pat para mudar quem ele é, e Matthew Quick descreve essa luta de um jeito tão gentil e tão doce, que é difícil de não agradar a todos.

Por ter perdido a memória, essa luta, em um determinado momento da estória, passa a ser uma jornada de redescoberta de si mesmo para Pat. E foi maravilhoso poder conhecer alguém que se recusa a desistir do lado bom da vida, e me identificar com esse alguém que nem sequer existe.

O final, apesar de deixar aquele gostinho de quero mais, muito utilizado por alguns autores, me foi mais que satisfatório. Particularmente acredito que certos livros precisam desse tipo de final para terminarem devidamente. Se houvesse mais, se Quick descrevesse o que aconteceria nos próximos capítulos, acredito que o livro não teria essa mesma magia. 

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