“—E
como uma garota pode saber dessas coisas?
Eu
me endireitei.
—Estar
certo ou errado não tem nada a ver com o fato de eu ser mulher — disse-lhe,
fazendo uma pequena pausa. — Além disso, a minha resposta está correta.”
Juliet
Moreau construiu sua vida em Londres trabalhando como arrumadeira - e tentando
se esquecer do escândalo que arruinou sua reputação e a de sua mãe, afinal
ninguém conseguira provar que seu pai, o Dr. Moreau, fora realmente o autor
daquelas sinistras experiências envolvendo seres humanos e animais. De qualquer
forma, seu pai e sua mãe estavam mortos agora, portanto, os boatos e as
intrigas da sociedade londrina não poderiam mais afetá- la... Mas, então, ela
descobre que o Dr. Moreau continua vivo, exilado em uma remota ilha tropical e,
provavelmente, fazendo suas trágicas experiências. Acompanhada por Montgomery,
o belo e jovem assistente do cirurgião, e Edward, um enigmático náufrago,
Juliet viaja até a ilha para descobrir até onde são verdadeiras as acusações
que apontam para sua família.
O
nome desse livro tem muito a ver com ele. Honestamente, este livro, é muito,
muito, muito louco. Eu nem sei o que dizer sobre isso. É um nível de louco, que
eu não sei descrever. Mas se você pensa que é um louco positivo, não é. Muito
pelo contrário.
A
estória é tão surreal, que se tornou ridícula. Certas coisas que acontecem no
livro são tão impossíveis, que se fossem possíveis, elas só aconteceriam com o
uso de magia, o que não é o caso.
Na
verdade, essas coisas são feitas através da ciência, só que a ciência da época não
seria capaz dessas coisas. Na verdade, eu acho que nunca teremos uma ciência e
uma tecnologia tão avançada para tais coisas. E a explicação que a autora usou
é ilógica, e mesmo que o livro seja louco ele pode, precisa e deve ter lógica.
Algo
que eu notei que faltou a autora colocar, em algum lugar do livro, foi em a
época em que a estória se passa exatamente. Eu creio que seja por volta de
1900, mas eu como eu sou uma péssima historiadora, eu ainda tenho minhas duvidas.
E creio que o fato da autora ter colocado elementos de épocas diferentes não
tenha me ajudado em nada. Ou talvez ela precise se expressar melhor. Mas de
qualquer maneira, ter a época em que a estória se passa é de extrema importância
para a imaginação do leitor, a falta desse detalhe influência muito, e achei um
erro grave da autora (não tão grave quando as tais coisas impossíveis).
O
modo como a autora narra o livro é um tanto quanto desleixada. A linguagem varia
entre culta e coloquial, como se estivesse em um meio termo, que ora possuía traços
mais fortes da linguagem culta e ora traços mais fortes da linguagem coloquial.
Eu sentia como se a autora estivesse tentando ao máximo torna-la totalmente
culta, mas nos dias de hoje, com todas essas gírias e abreviações que usamos no
dia-dia, e muito difícil escrever um livro 100% formal. Acho que somente escritores
mais experientes e que estudaram a fundo essa linguagem e que se concentram
muito, podem escrever um livro assim. Ou talvez o erro seja da tradução... Não
sei.
Juliet,
a personagem principal, é um caso perdido. Ela simplesmente não sabe o que é
prioridade. Houve vários momentos do livro em que ela se distraia ou então simplesmente
não fazia o deveria ser feito. E se ela não fizesse essas duas coisas, ela com
certeza teria se poupado de muita dor de cabeça. Ela é o tipo de personagem
irritante que parece que quer fazer tudo errado pra chamar a atenção, o que me
deixa muito irritada, odeio esse tipo de personagem. E com certeza o motivo
dessa burrice não vem da idade dela, pois eu tenho a mesma idade e não sou
assim.
O
pai de Juliet e outra coisa surreal no livro, ele é tão louco que no final do ele se tornou algo inimaginável. A loucura
dele é tão grande (e ridícula) que me deixou sem palavra pra descrevê-lo, além
de surreal e ridículo. Quando lemos um livro entramos na pela do personagem,
aprendemos a ver com os olhos dele, e vivemos aquilo que ele vive. Eu digo tudo
isso porque quando eu li esse livro o pai de Juliet parecia que estava lá, mas
ao mesmo tempo não estava. Como se fosse um fantasma, ou uma memória. E essa
sensação que eu senti com essa personagem é nova e muito estranha.
O
final do livro foi algo desgastante. Houve uma correria para lá e para cá, parecia
até que a autora não sabia como terminar o livro. Ou então estava tentando
colocar o máximo de acontecimentos possíveis para torna-lo empolgante, e acabou
falhando miseravelmente. E quando o final do final chegou foi a melhor parte e
também uma das piores partes do livro. Foi bom porquê foi emocionante, e foi
ruim porquê acaba ali. Não existe mais do que aquilo. Há apenas uma promessa
que, creio eu, foi cumprida, mas eu gostaria de saber como ficaram as coisas
depois.
Por
fim, o livro é ruim, mas eu gostei.
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