“É simples cair, mas subir exige muita doação”
O pai de Gregor, de 11 anos, desapareceu há mais de dois
anos, o que tornou a vida do menino muito difícil. Mas tudo se complica ainda
mais quando ele cai através de um duto de ventilação na lavanderia do prédio
onde mora, e encontra um incrível universo desconhecido sob a cidade de Nova
York. Agora, apesar de seus protestos, o menino precisa liderar um estranho
grupo de humanos e animais gigantes numa missão que pode salvar o Subterrâneo
além de ser a única saída para encontrar seu pai.
Logo que comecei a ler este livro pensei: “Este deve ser
o primeiro livro que Suzanne Collins escreveu”. Dito e feito! Perguntei para o
Tio Google e ele me deu uma lista de todos os livros de Collins em ordem de
publicação, e lá no topo está Gregor, O Guerreiro da Superfície. Eu
particularmente gosto de ler o primeiro livro de um autor (a), principalmente
uma boa autora como Collins. Assim é possível notar o quanto o autor evoluiu,
não só em sua narrativa, mas também em sua estória.
Porém a narrativa não é um problema, e sim a estória. Em
resumo ela é bem atrativa, inspirada em Alice no País das Maravilhas, mas com
um tom bem “dark” que faz com que você ignore qualquer semelhança entre as duas
estórias (tirando o fato de que ambos os personagens principais caem em um
buraco). Porém não há nada nela que faça com que um leitor “devore” o livro,
ela é bem tediosa, do início ao fim. Não há nenhum ápice, nada que tire o
fôlego. E o final parece muito forçado, ou como se a estória fosse adiada
justamente para ter uma continuação.
Acho que alguns dos personagens poderiam ter sido mais
explorados, como Luxa por exemplo. Ela provavelmente deveria ser uma
coadjuvante, mas o foco em Gregor foi tanto, que ela parecia um personagem
comum, daquele tipo que morre e a gente fica triste, mas logo passa, sendo que
ela tem um potencial muito bom para ser um bom personagem. Claro que houve
alguns momentos em que Collins relata os sentimentos de Luxa, mas parecia que
aquilo era só algo superficial.
O vilão da estória também foi algo bem superficial. O modo
como eles lidam com ele, faz parecer que ele não é nada mais nada menos do que
uma pedra no sapato de Gregor, sendo que a descrição de Collins, da a impressão
de que ele é o pior dos piores de todos os vilões. Ou seja acho que faltou
profundidade nesse personagem também, sem contar que o motivo dele ser um vilão
também é algo bem superficial. Claro que ele podia ser um louco que só queria a
destruição de tudo, mas nem mesmo essa característica foi atribuída a ele.
Em resumo, faltou muito nessa estória e apesar de não ser
nem um pouco atraente, ela pode ser um bom livro para que está começando a ler.
E apesar desses pontos negativos, eu ainda lerei os próximos volumes, com a
esperança de que Collins já tenha melhorado e finalmente apimentado sua
estória.
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